1/02/2011

I - Outono



parque do retiro - madrid  

Cai o Outono...
Através destas lágrimas que já nem a sal sabem.
Procuro-me no espaço onde não cabem as palavras.
Não consigo localizar tudo o que sinto.
Crescem jasmins de emoções e,
O perfume confunde o caminho.
Fico presa, inerte nos odores que me perseguem.
Quero recolher-me, preciso de mim lúcida.
Preciso de meditar sobre a razão de escrever.
Os pensamentos centrifugam-se a uma velocidade vertiginosa.
A orgia solta palavras proibidas que teimam colar-se,
Nas frases que não quero escrever.
Os desabafos, contidos nos nervos, das folhas amareladas,
Voam de passeio em passeio.
E, através do vento,
Pousam na janela do esquecimento.

1 comentário:

Anónimo disse...

Senti um arrepio ao ler estas palavras. São profundas.
Um beijo enorme!
Ly!..